domingo, 15 de novembro de 2009

o Zotro


ela era bonita desde que nasceu. tinha coisas excentricas que estavam na moda, como a cor do cabelo em relação aos olhos, a pele boa como o dente.
sempre queria o bem do Zotro, olhava o Zotro, de longe ou de perto, sempre muito descolada, o tipo de gente que veio na horacerta e no lugarcerto. ela transava com ele de um jeitinho tão bonitinho, tão limpinha, tão delicada...
o Zotro já era mais inconstante, dava até dó, porque num mesmo dia ele mudava várias vezes de opinião, se contradizia e nem por isso perdia a bonita, ou pelo menos seu olhar.
a bonita, com o tempo foi ficando menos bonita e mais previsível, tão boa, tão compreensiva, tão linda, tão correta que perdeu a graça. a moda passou. e virou sem graça, perdeu o cheiro, o dente não ornava com a pele, q negava o cabelo e os olhos. o sexo ficou tão lindo e cheio de bontade e ternura, tão limpo, doce, delicado.... que se tornou enojador.
o vento começou a ventar de traz pra frente, o Zotro sentiu isso pelo cabelo da sobrancelha, abriu as asas de água pra pegar embalo e saiu voando pra longe, pingando pelas montanhas que precisavam de gente-gente pra crescerem melhor.

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