Ei, olha só.
Olha quem vem,
Descendo a rua
Olhando pro chão,
Sem ver ninguém.
Ei, olha só.
Olha quem vem,
Descendo a rua
Descabelado,
Ele pensa que é quem?
Se acha o poeta, o compositor
Se acha o amante, o conquistador,
Mas está de joelhos
Pedindo desculpa
A um filho da puta
A quem nada fez.
Ei, olha só.
Olha quem vem,
Fumando um cigarro
Com cara de otário
Se sentindo bem.
Ele olha pra lua,
Olha pra rua,
E fica mudo
Ao ver o absurdo,
E turvo,
Dá mais um trago.
Se lembra da infância
Aquela criança,
Que à todo custo,
Quer esquecer.
Mais um cigarro,
Desanda no álcool
Que faz a lembrança desaparecer.
Ei, olha lá.
Olha quem vai,
Subindo a rua
De olhos fechados
A cambalear.
Ei, olha lá.
Olha quem vai,
Subindo a rua
Trançando as pernas
A cantarolar
Cantigas de amor
Cantigas de amigo
Cantigas de dor
Ao proprio umbigo
E as ilusões dos próprios botões
Aos borbotões.
TEMPO
Há 9 anos
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