sábado, 15 de maio de 2010

Negócios escusos

Fui ter com Zé Pilantra - malandro e contador do diabo -,
Tratar de negócios mal-resolvidos e assuntos pendentes.
Não recepção tinha cachaça com quiabo;
Esse malandro tinha propostas pertinentes (dava gargalhada e olhava de lado).
Conversar com o malandro é mais negócio (menos arriscado),
Pois é boêmio e simpatiza comigo.
O diabo é safado, enganador por ofício,
Engana errantes pela rua, por instinto não tem amigo.
Malandro me falou dos negócios da noite (negócios escusos),
De dívidas e contas a serem fechadas.
Malandro me devia uma sinuca e algumas cervejas da última noite (ganhei por uma bola, tacada certeira).
E eu afim de uma das promissórias a serem cobradas.
Perdi cervejas e uma sinuca;
Livrei um quase morto da eterna desventura.
Agora, o modo de ser recompensada martela minha cuca!
Como salvar de vez o errante de sua eterna amargura?
Foge sem saber que a dívida foi abonada;
Está livre pra ir, pra ficar e pra ousar.
Contra ele o diabo já não pode nada,
Não há amarras, está vivo pra se achar.

Amanhã tenho outro jogo com Zé Pilantra,
Vou ver se acerto mais algumas tacadas.


(Diana F. e Rui Felipe)

2 comentários:

  1. "Não recepção tinha cachaça com quiabo;"
    ver isso
    abçs

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  2. Lindo texto hein!
    Perfeito em cada palavra..

    Parabéns pela sensibilidade, aliada a criatividade!

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