sábado, 14 de novembro de 2009

dono de casa


Carlos era dono de casa, pelo menos pelo que eu via daqui do meu apartamento. Morava ha três janelas da Júlia, que pasmava na cama, toda linda.
Carlos só ouvia boleros, só os bregas, isso era o pré-requisito.
Sempre que ele chegava em casa, tirava a camisa e deixava a gola apoiada na cabeça, como que formando um longo cabelo de tecido, passava a mão pra trás, se adimirando. Logo depois disso, dava pra sentir a vida exalando até aqui em casa, ele estava pronto pra começar a trabalhar. Varria a sala, passava pano, dançava com o rodo, empilhava as coisas em cima da mesa de jantar, batia as almofadas pela janela, gritava sozinho sobre alguma coisa que eu nunca entendia, sorria muito.
Sempre que ele tinha algum empasse, parecia recorrer a uma caixinha que ficava ao lado do papagaio de cerâmica, retirava dalí uma bula de um remédio que deveria ser um diurético, porque ele não parava de fazer xixi.
Essa historia não termina, pq ele continua fazendo isso religiosamente todos os dias, na mesma hora. Sou eu que acordo tarde e assisto partes desse ritual, as vezes com ressaca, as vezes não.

5 comentários:

  1. O amor é só uma palavraq de 4 letras
    a dor só tem 3
    mas rima com flor
    e conforme for
    eu vou por aí. não sei se vou voltar
    o amor é só uma palavra de 4 letras
    palavras todos sabem, não fazem sentido, mas eu vou por aí não sei se vou voltar
    palavras todos sabem, não fazem sentido e eu vou por aí preciso te dizer
    que eu preciso de vc....

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  2. foi mal, errei... palavras todos sabem, não fazem sentido, mas ao pé do ouvido, eu vou te dizer, preciso de vc...

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