Todas as noites, passeias numa parte esquecida da mente universal
Onde não temos identidade,
Onde não temos rosto, gosto ou impressão vegetal.
Lá onde todos os seres se encontram,
E não se reconhecem;
Antigos amigos, amantes, credores, escravos, senhores ou plantas de estimação.
Lá onde ninguém morre, se questiona ou sente dor.
Lá onde escondemos nossos agradáveis fedores e guardamos nossa comida.
Lá onde vamos todas as inevitáveis noites de agonia.
Vamos, perdidos e com medo do escuro
Na fumaça que aumenta a alma do desconhecido
Que nos surpreende a cada trago, a cada tosse, a cada maço.
Tendemos à luz e ao descontrole do universo,
Tendemos aos bares e aos becos sem saída,
Tememos a água fria.
Resvalamos em planetas e asteróides embriagados
Pela infinidade de informações que coordena os menores organismos,
Nos maiores formigueiros.
Fugimos de nós mesmos com a ajuda do outro,
Desperdiçamos a alvura dos encontros,
Perdemos o melhor do ser,
Tendemos a envelhecer,
E a esquecer.
TEMPO
Há 9 anos
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