quarta-feira, 11 de novembro de 2009

adolescência




existia uma tendência a sempre se questionar da correnteza que a levava, achava bonito ficar matutando possibilidades, especulando umbigos de relação, tirando as sujeirinhas e investigando-as.
o coala, vendo a meninas com microscópio no banco do shopping, fazendo aquele malabarismo pra olhar o próprio umbigo com o aparelho, se perguntou se não podia ajudar. "será que eu não posso ajudar?"
foi até sua meia roxa, e puxou-a, para chamar a atenção da menina, que já não conseguia desgrudar da fascinante auto-paisagem. "que foi?"
como coalas normalmente falam uma lingua diferente da dos seres-humanos normais, pouco importava o q ele respondesse, ela não ia enteder. sabendo disso, o coala nada falou, apenas deu um abraço terno na panturrilha da meia roxa, e olhou pra menina, que, com vergonha da cena na praça de alimentação do shopping, afastou-se com um fingido estranhamento e foi ao banheiro, pra ter mais privacidade.

Um comentário:

  1. Como sentir o que elas nunca sentem? o que sentir por elas que nunca sentem? elas que nunca sentem onde eu sentei. Juventude sexta e sábado.

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